O Cururu é um canto primordial do folclore mato-grossense.
A cantoria do cururu se classifica em sacra e profana.
A sacra, também chamada de função ou porfia, tem função religiosa e foi criada por fiéis.
Geralmente acontece após as orações aos santos de devoção popular, na casa de amigos ou comunidade da igreja,
e tem o objetivo de louvar ou homenagear aquele determinado santo.
A profana é aquela acompanhada pelos desafios e versos dos trovadores, por trovas de amor, declarações e desabafos ou desafio a alguém que roubou uma mulher amada
e uma variada coreografia totalmente masculina.
Os cururueiros fazem roda caminhando no sentido horário, iniciam a dança com passo simples de pé esquerdo,
pé direito, e vice-versa. “Fazem frô”, floreiam à vontade, que é o movimento de ajoelhar-se até dar rodopios completos,
ou seja, embelezar a dança. Os instrumentos da cantoria são viola-de-cocho e um ganzá ou cracachá.
A festança, onde estão presentes cururu e siriri, duram toda noite, até os primeiros raios de sol.
Os foliões se divertem, expressando essa pura riqueza cultural. O Siriri e o Cururu são estratos inerentes da cultura mato-grossense.
Há cerca de três séculos essa herança vem resistindo fortemente às barreiras impostas pela contemporaneidade.
Atualmente o maior desafio de todas as culturas folclóricas são aquelas provocadas pelos hábitos
e valores cultuados pela comunicação de massa nos jovens, fato que, na contemporaneidade, se tornou o maior problema dos agentes da cultura popular.
A valorização e reconhecimento da cultura local pela sociedade é a solução que vem sendo buscada
para que não se percam os vínculos entre a história e o seu povo.
Viva o Cururu!